Segunda Conferencia Internacional

CENTRO DE ESTUDOS DAS CULTURAS E LINGUAS AFRICANAS E DA DIASPORA NEGRA

20 de Maio de 2009, SESC-Araraquara, Universidade de Estado de Sao Paulo, Brasil

Resumo de conversa tematica

« A Rota do Escravo: do projecto da UNESCO à reescrita da historia das naçoes escravistas e africanas »


A reescrita da historia do continente africano foi uma das primeiras preocupaçoes culturais das naçoes do “continente da genese” logo a sua acessao as independencias.

Os periodos, dramaticos, dos diferentes traficos de escravos melano-africanos mereceram, naturalmente, uma atençao particular em varios dos oito volumes da Historia Geral de Africa da UNESCO.

Em complemento desta gigantesca obra e perante a extraordinaria amplitude e as graves consequencias desses movimentos de esvaziamento humano sobre a evoluçao economica, social e civilizacional do mundo, a instituiçao onusiana lançou em Setembro de 1994, o seu emblematico projecto “A Rota do Escravo”.

Um dos programas de memória dentre dos mais sensíveis das Naçoes Unidas, este tem como, entre outros, objectivos, desenvolver melhores conhecimentos sobre a importância e os modos de operação da trata negreira graças a trabalhos científicos multidisciplinares e por a luz as consequências inéditas, nomeadamente as interacções culturais provocadas pela esta tragédia entre os povos de diferentes continentes e conjuntos insulares envolvidos.
O Projecto foi reestruturado a volta de, entre outros eixos, as acções de investigação científica, verdadeiramente inovadoras, que realçam novos aspectos de carácter histórico, linguístico e antropológico, consequências deste movimento de negócios de seres humanos, actividades pedagógicas colocadas sob o lema “Quebrar o silêncio”, esforços de inventário dos lugares de memória e, enfim, um programa de salvaguarda dos arquivos escritas e das tradições orais evocando o desastre que vitimou os melano – africanos.
Os membros do CCI, assessores do Director Geral desta organização especializada das Nações Unidas, são considerados com os promotores privilegiados do Projecto junto de diferentes entidades e parceiros, capazes de explicar melhor as problemáticas em vista, as escolhas temáticas engajadas, e as prioridades científicas definidas assim como são considerados competentes em estimular as actividades do Programa nos meios académicos, junto de instituições culturais, redes profissionais, órgãos de comunicação social e do grande público.
Quinze anos depois, o Projecto ja teve resultados sobre a reescrita e a releitura da evoluçao historica das potencias esclavagistas e das naçoes vitimas.
Os efeitos registados consubstanciaram-se na implementaçao de milhares de programas de memoria, tais como, entre outros, a reposiçao de analises objectivas de factos historicos nos manuais escolares, o reconhecimento dos traficos extra-esclavagistas como crimes contra a humanidade, a instituiçao de Jornadas Comemorativas, a erecçao de monumentos, a criaçao de museus especializadas, a constituiçao pela propria UNESCO de um programa encarregues de propor , as naçoes escravistas e africanas “As aplicaçoes pedagogicas da HGA” dando o devido destaque a longa e brutal exploraçao da mao-de-obra cativa.

Por

Simao SOUINDOULA
Vice-Presidente do Comité Cientifico Internacional
do Projecto “ A Rota do Escravo”
C.P. 2313
Luanda
(Angola)

Tel. : 929 79 32 77